segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Sob o Céu- Capitulo 2 (Bateria)

De repente, escutamos algo quase cair da escada. A coisa usava um pijama de shortinho do Bob Esponja e estava descalço, a coisa se chamava Giovanna. Minha relação com a Gi era bem diferente da que eu tinha com o João, eu estudava com ela há quatro anos, e aquele ser se tornou minha melhor amiga, eu sabia o que ela sentia só por ver suas expressões, entendia seus olhares e sabia tudo sobre ela. Giovanna era minha confidente, e eu era a confidente dela, e confesso que nós duas estávamos ansiosas para esses dias na chácara.
Ela chegou à cozinha, ainda sem abrir direito os olhos e acabou batendo o pé em um pilão de madeira gigante que vovó usava na decoração. Ela gritou.
- Quem colocou isso aqui?- ela pulava em um pé só e segurava o outro fazendo caretas. Levantei e a ajudei a sentar.
- Isso tá aí desde que eu tinha cinco anos de idade. - João respondeu a pergunta dela, tentando empurrar o pilão de madeira mais para dentro da cozinha, ela murmurou alguns palavrões enquanto olhava seus dedos vermelhos.
Continuamos tomando café e comendo bolacha de morango em silêncio, Giovanna me olhava e olhava para o João, ela sorria e balançava a cabeça, eu conhecia o comportamento dessa criatura então não me surpreendi com os atos dela, e sorria de volta quando ela sorria para mim, João pareceu incomodado.
- Você aceita café?- ele perguntou, levantando a sobrancelha. Eu e ela começamos a rir.
- Não, obrigada. - Gi respondeu, ele continuou olhando intrigado, dessa vez para nós duas.
- Escuta, tem uma bateria na garagem, é de alguma de vocês?- ele perguntou.
- É do seu pai. - Gi respondeu.
- Do meu pai?!- ele engasgou na bolacha.
- Você não sabia que seu pai tocava bateria?- perguntei, com os olhos arregalados.
- Sei tão pouco sobre meu pai. Agora vocês vão me dizer que ele tinha uma banda?- ele disse com tom de voz ridicularizado.
- Mas, ele tinha... - Gi começou a contar - Ele tocava bateria, meu pai tocava guitarra e o pai da Julie o baixo, a mãe do Edgar era vocalista. - Ele olhou nossos rostos surpresos por ele não saber e começou a rir.
- Impossível! Eu tenho uma banda e meu pai nunca deu sinal de que sabia tocar!-
Começamos a rir.
- Então você tem uma banda?- Gi perguntou.
- Tenho, perguntei da bateria porque pensei em chamar eles para ensaiarem aqui.-
- Seria ótimo. - ela sorriu, e ele sorriu de volta.
Acho que agora vocês estão apresentados as promessas da família Matarazzo, sim, promessas. Eu, Giovanna, João Roberto e Edgar somos herdeiros da conhecidíssima empresa de engenharia "Matarazzo", nossos destinos já estão traçados e os nossos passos são acompanhados por jornalistas e por toda uma sociedade que espera de nós um comportamento exemplar, e qualquer coisa que fuga dos padrões de família bem sucedida, divide a primeira página do jornal com casos assustadores.


Escrito por: Marcella Leal (www.cabelocorderosa.blogspot.com)
Créditos da foto: http://comprar.todaoferta.uol.com.br/curso-completo-de-bateria-2008-envio-gratis-YLY1WO1U7H

9 comentários:

Maaah !!* disse...

vc jah tem a historia pronta? eh que seria tao bom se vc postase mais veses por cemana

Pietra Paes Barreto disse...

O texto ta muitoooo bom.
Parabéns
Pi

Fernando disse...

oi marcella
mnais uma vez marcando presença e acompanhando atentamente a historia
gde abrssssssssssss
bjsssssssss

Paty Marcelle disse...

Gostei do segundo capítulo. Estou adorando essa história.
bjoks

Anônimo disse...

Up. Estou acompanhando a história e tá muito legal!

Ana disse...

quero mais *-*
beijos :*

Bruuh disse...

kkkkkkkkkk' eu soou o tipo lezaada da historiia adoreii '

Jerri Dias disse...

Bem bolado o lance dos pais terem tido uma banda. Mostra a fugacidade das paixões ou desejos.

Ariel Augusto, disse...

se nada der certo agente monta uma banda